segunda-feira, agosto 20, 2007

Devaneios

Há dias em q apetece ser mágico e num estalar de dedos desparecer do mundo, nem q fosse só por 1 instante...
Há dias em q apetece dar o grito do Ipiranga e soltar amarras, pra poder viver ao sabor do vento, sem eira nem beira nem rumo certo...

Porque é q tudo tem q ser como a sociedade convenciona? Porque é q a sobremesa tem de ser sempre depois da comida? Porque é q tudo tem uma hora marcada e certa para se fazer?
Porque não podemos viver de forma imprevisível nem q seja por 1 só dia?

Na verdade, esta conversa nem parece minha, estas palavras em tempos passados não sairiam certamente dos meus lábios, porque a rotina e os hábitos instalados sempre me foram muito queridos... E pela mesma razão q para o resto do mundo: porque nos dão confiança, pq já sabemos o q esperar amanhã e depois de amanhã e depois e depois... e assim não há surpresas...
Mas hoje confesso q me apetecia fazer algo inesperado, algo inconfessável, algo q deixasse queixos caidos e bocas abertas... Só pelo puro prazer de transgredir, de divergir...

Porque, se todos gostássemos de vermelho, o q seria do azul?...

sexta-feira, agosto 17, 2007

A una nariz

Érase un hombre a una nariz pegado,
érase una nariz superlativa,
érase una nariz sayón y escriba,
érase un peje espada muy barbado.

Era un reloj de sol mal encarado,
érase una alquitara pensativa,
érase un elefante boca arriba,
era Ovidio Nasón más narizado.

Érase un espolón de una galera,
érase una pirámide de Egipto,
las doce Tribus de narices era.

Érase un naricísimo infinito,
muchísimo nariz, nariz tan fiera
que en la cara de Anás fuera delito.


Francisco de Quevedo

Sempre achei piada a este poema, por ser tão terrivelmente mordaz. Quevedo foi um escritor da época dourada da poesia espanhola (Siglo de Oro), por volta do século XVI, e tinha uma inimizade imensa com outro escritor da época, Luís de Góngora (que tb tem uns poemas lindos q a seu tempo mostrarei... ). E como se odiavam figadalmente, escreviam uns mimos destes um para o outro!

Neste poema Quevedo faz uma sátira ao nariz de Góngora pq naquela altura dizia-se que os judeus (e Góngora era judeu) tinham como traço caracterísitico um nariz grande! Mas isto era só a missa a metade acerca das disputas destes 2!

Naquela época a malta sabia como insultar alguém com muita classe! ;D

segunda-feira, agosto 13, 2007

A minha terra!



Ora digam lá se esta imagem não parece daquelas tiradas de um catálogo de revista sobre turismo rural?

Mas não é! É mesmo a vista da casa da minha avó no Minho!

É o meu cantinho da paz, onde só se ouvem os pássaros e as abelhas e de quando em vez as melgas a picar...

O ribeiro corre lento por aquelas paragens, como lenta é a vida que por ali se vive... Ali até o ar parece q cheira diferente, mais verde... Como se as cores tivessem cheiro...

Mas o melhor daquele sitio é as pessoas q por lá vivem. O seu sotaque do Norte é uma delícia e parece q ao fim de 2 dias já nos entrou de tal maneira no ouvido q nos sentimos impelidos a gritar: "Oooouuuu!" pra chamar o "bizinho" da frente e "botar-lhe um bocadinho de binho na malga"!

Os vizinhos são tão prestáveis q às vezes até temos q fugir deles pra não nos encherem a cozinha de batatas, feijões, pitos (bem entendido, são os frangos!) e coisas q tais! Tão saborosas! É tudo tão bom ali q eu (euzinha da Silva) até como 2 pães ao pequeno-almoço! (Pra quem me conhece sabe q isso é uma barreira quase imbatível para a minha pessoa...)

Enfim, apesar de não ser minha, adoro esta terra quanto mais não seja porque é lá q vive a minha jeitosa: a Avó Dina!

ACANAC!!!


"ACANAC, festa dos continentes,
de povos e culturas diferentes,
mas o mesmo sonho, o mesmo ideal,

ACANAC, festa dos lugares e gentes,
onde jogamos contentes,
nesta aldeia, aldeia global!"

Este era o hino dos lobitos no Acampamento Nacional e que cantámos até à exaustão e, literalmente, até q a voz nos doesse!


Foram 7 dias excelentes, cheios de um amarelo vibrante e ensurdecedor, com cheiro a pó e de camisa colada...

E de novo aquele sentimento de pertença a algo maior, aquele que me fez vir aqui em primeiro lugar e aquele que me faz não virar costas...