segunda-feira, novembro 05, 2007

Cicatrizes

Correndo o risco de me tornar repetitiva (eu, repetitiva? quem diria?) torno a insistir que toda a acção tem reacção. Todos os actos que cometemos, bons ou maus, têm repercussões no presente e no futuro. E deixam marcas...

Por muitas desculpas que se peçam, por muito q se tente emendar os erros cometidos e compensar com outras acções positivas, os actos vão deixando cicatrizes...

Umas mais finas e quase imperceptíveis, outras tão profundas que é quase impossível não as notar.

Mas não vale a pena gastar os neurónios a pensar nisso... That's life...

segunda-feira, agosto 20, 2007

Devaneios

Há dias em q apetece ser mágico e num estalar de dedos desparecer do mundo, nem q fosse só por 1 instante...
Há dias em q apetece dar o grito do Ipiranga e soltar amarras, pra poder viver ao sabor do vento, sem eira nem beira nem rumo certo...

Porque é q tudo tem q ser como a sociedade convenciona? Porque é q a sobremesa tem de ser sempre depois da comida? Porque é q tudo tem uma hora marcada e certa para se fazer?
Porque não podemos viver de forma imprevisível nem q seja por 1 só dia?

Na verdade, esta conversa nem parece minha, estas palavras em tempos passados não sairiam certamente dos meus lábios, porque a rotina e os hábitos instalados sempre me foram muito queridos... E pela mesma razão q para o resto do mundo: porque nos dão confiança, pq já sabemos o q esperar amanhã e depois de amanhã e depois e depois... e assim não há surpresas...
Mas hoje confesso q me apetecia fazer algo inesperado, algo inconfessável, algo q deixasse queixos caidos e bocas abertas... Só pelo puro prazer de transgredir, de divergir...

Porque, se todos gostássemos de vermelho, o q seria do azul?...

sexta-feira, agosto 17, 2007

A una nariz

Érase un hombre a una nariz pegado,
érase una nariz superlativa,
érase una nariz sayón y escriba,
érase un peje espada muy barbado.

Era un reloj de sol mal encarado,
érase una alquitara pensativa,
érase un elefante boca arriba,
era Ovidio Nasón más narizado.

Érase un espolón de una galera,
érase una pirámide de Egipto,
las doce Tribus de narices era.

Érase un naricísimo infinito,
muchísimo nariz, nariz tan fiera
que en la cara de Anás fuera delito.


Francisco de Quevedo

Sempre achei piada a este poema, por ser tão terrivelmente mordaz. Quevedo foi um escritor da época dourada da poesia espanhola (Siglo de Oro), por volta do século XVI, e tinha uma inimizade imensa com outro escritor da época, Luís de Góngora (que tb tem uns poemas lindos q a seu tempo mostrarei... ). E como se odiavam figadalmente, escreviam uns mimos destes um para o outro!

Neste poema Quevedo faz uma sátira ao nariz de Góngora pq naquela altura dizia-se que os judeus (e Góngora era judeu) tinham como traço caracterísitico um nariz grande! Mas isto era só a missa a metade acerca das disputas destes 2!

Naquela época a malta sabia como insultar alguém com muita classe! ;D

segunda-feira, agosto 13, 2007

A minha terra!



Ora digam lá se esta imagem não parece daquelas tiradas de um catálogo de revista sobre turismo rural?

Mas não é! É mesmo a vista da casa da minha avó no Minho!

É o meu cantinho da paz, onde só se ouvem os pássaros e as abelhas e de quando em vez as melgas a picar...

O ribeiro corre lento por aquelas paragens, como lenta é a vida que por ali se vive... Ali até o ar parece q cheira diferente, mais verde... Como se as cores tivessem cheiro...

Mas o melhor daquele sitio é as pessoas q por lá vivem. O seu sotaque do Norte é uma delícia e parece q ao fim de 2 dias já nos entrou de tal maneira no ouvido q nos sentimos impelidos a gritar: "Oooouuuu!" pra chamar o "bizinho" da frente e "botar-lhe um bocadinho de binho na malga"!

Os vizinhos são tão prestáveis q às vezes até temos q fugir deles pra não nos encherem a cozinha de batatas, feijões, pitos (bem entendido, são os frangos!) e coisas q tais! Tão saborosas! É tudo tão bom ali q eu (euzinha da Silva) até como 2 pães ao pequeno-almoço! (Pra quem me conhece sabe q isso é uma barreira quase imbatível para a minha pessoa...)

Enfim, apesar de não ser minha, adoro esta terra quanto mais não seja porque é lá q vive a minha jeitosa: a Avó Dina!

ACANAC!!!


"ACANAC, festa dos continentes,
de povos e culturas diferentes,
mas o mesmo sonho, o mesmo ideal,

ACANAC, festa dos lugares e gentes,
onde jogamos contentes,
nesta aldeia, aldeia global!"

Este era o hino dos lobitos no Acampamento Nacional e que cantámos até à exaustão e, literalmente, até q a voz nos doesse!


Foram 7 dias excelentes, cheios de um amarelo vibrante e ensurdecedor, com cheiro a pó e de camisa colada...

E de novo aquele sentimento de pertença a algo maior, aquele que me fez vir aqui em primeiro lugar e aquele que me faz não virar costas...


quinta-feira, junho 21, 2007

Conversas com Jaime II

- Oh tia, olha ali lagartas gigantes!! - diz ele com os olhos arregalados a apontar para o terminal dos autocarros no fundo da rua - mas sabes tia, as lagartas são borboletas sem asas! E não têm antenas! Os lagartos têm patas mas as lagartas não!

- E as lagartixas tb têm patas - respondo eu - os lagartos são lagartixas muito grandes! (digo eu com o meu ar de entendida na matéria...)

- Sim, mas os lagartos grandes só existem noutro país, no nosso só há pequeninos, que eu já os vi no paredão!! - responde ele com toda a sabedoria dos seus maravillhosos 4 anos...

:D

segunda-feira, junho 04, 2007

Regresso à Mina


Quase 8 anos depois, voltámos à Mina de São Domingos...
A mesma igreja, as mesmas escadas, o mesmo calor, quase as mesmas pessoas... Mas agora mais crescidos, mais maduros, mais adultos...
Foi uma sensação estranha mas ao mesmo tempo boa, voltar ao lugar que nos viu miúdos mas agora sermos nós a conduzir os carros que nos levaram até lá, sermos nós a decidir o percurso que a viagem levava... O do passeio de domingo e o das nossas vidas...
Custou-me especialmente entrar na igreja... Olhar para aqueles bancos, aquele chão, aquele altar, as paredes onde ecoaram tantas vezes as nossas vozes, o espaço onde se acenderam velas pela nossa mão,... Enfim, é um lugar que contém um pedacinho das nossas vidas...
E custou-me entrar e verificar que esse bocado de mim ainda ali está... Entrar e ver-me tão miúda, 15 ou 16 anos, ainda ali sentada naqueles bancos numa qualquer noite de oração...
É curioso sentir, passado todos estes anos, que aqueles verões passados com os amigos, foram tão importantes nas nossas vidas... Moldaram o nosso carácter e fizeram de nós as pessoas que somos hoje...
Eu sinto isso e creio que enquanto viver nunca deixarei de o sentir...
E ainda mais feliz foi olhar à volta e ver os mesmos rostos de há 8 anos atrás... Tão emocionados quanto eu...
Esses e outros rostos que entretanto se nos juntaram e que partilharam connosco aquele momento...
Por todos estes anos de amizade, umas vezes mais calma e tranquila, outras mais tormentosa, e por um domingo "em família" perfeito,... Obrigada!
E só pra acabar em beleza com aquela canção que ficou por cantar, mas que no meu coração ecoou todo o caminho de volta pra Lisboa:
"Um amigo é um bem, um tesouro que se tem,
sois vós as estrelas que nos guiam mais além.
O tempo voa neste instante e já estamos de partida,
digo mais, não vos trocava por nada nesta vida..."

quarta-feira, maio 02, 2007

Conversas com Jaime

O Jaime é o meu sobrinho de 4 anos. Mas apesar da sua tenra idade às vezes diz coisas q me deixam sem palavras...
Eis algumas das suas deixas mais brilhantes:

- O vento tem cor? (Resposta da tia abismada: não, o vento não tem cor, não se vê...) Então tem que ser uma cor que não se veja, como o preto, o preto não se vê! (E vai uma pessoa contrariar uma afirmação tão lógica?!)
- As ovelhas têm língua? (Er... er... sei lá eu se têm língua... devem ter, mas nunca tal ideia me passou pela cabeça!)
- Fui ao cinema e comi 3 pipocas! (Pergunta idiota da tia: Só???, ao que ele responde com o ar mais normal do mundo:) 3 já são muitas!!! (pois claro, tia glutona!)
- Não posso namorar com a Matilde pq senão não tenho tempo para brincar com o Zé e com o Tiago! (Mais q óbvio, oh tia! Um namoro exige dedicação e esforço, tás parva ou q?)
- Os dinossauros gostavam de chuva? (Er... er... pois, mais uma daquelas para as quais fico sem palavras...)


É assim o meu tesourinho... :D

Coisas que me pasmam

Estava eu a tomar o pequeno almoço aqui há dias quando fui surpreendida por um programa de televisão altamente inovador: o Boletim Polínico! É isso mesmo que estão a pensar! É tipo Boletim Meteorológico mas sobre o pólen! (aquele que paira no ar e causa alergias e rinites alérgicas, bem entendido...)

Extraordinário!!! Agora, sempre que quiser posso sair de casa já com a certeza daquilo com que vou dar de caras (ou de nariz, melhor dizendo!). Um dia será pólen de azinheira, outro dia de outra coisa qualquer...

Para quem quiser saber mais o Boletim Polínico será transmitido na TSF, às sextas-feiras, às 13 horas em directo, com repetição às 16 horas. Na RTP o Boletim Polínico irá para o ar no Programa “Bom Dia Portugal”, perto das 9 horas da manhã.

Estou absolutamente pasma...



Outra notícia que me tomou de assalto no outro dia de manhã (isto de manhã faz-nos sobressaltar pq ainda vamos meio a dormir...) foi a de que a QUERCUS impediu a construção de um Ikea em Paços de Ferreira por razões ambientais. Que sorte... (para os milhares de comerciantes de móveis de Paços de Ferreira, obviamente...) Isto há lá coisas... ;)

terça-feira, março 13, 2007

Amiga mía


Amiga mía, princesa de un cuento infinito.

Amiga mía, tan solo pretendo que cuentes conmigo...


Alejandro Sanz


Água termal e filosofia

Anteotem abri uma lata de água termal (que aproveito desde já para informar q é um remédio milagroso para os escaldões e irritações afins, embora eu não tenha qq contrato para fazer publicidade à marca!) e, com a pressa, perdi a tampa algures no armário da casa de banho. Fartei-me de procurar, levantei caixas e caixinhas e não encontrei nada em lado nenhum. Pensei: "Paciência... um dia destes, quando já não me lembrar dela, há-de aparecer". E não é que no dia a seguir, quando peguei no copinho para lavar os dentes, qual não é o meu espanto ao encontrar lá dentro a tampinha! Sorridente e matreira a olhar para mim!

E agora dirão vocês: "Esta gaja passou-se! O que é que me interessa a mim o paradeiro da tampa da água termal? "

E respondo eu: "Moral da história: Quando menos esperamos, as coisas acontecem na nossa vida..."

:)

segunda-feira, março 05, 2007

Zona de Conforto

Um corvo está sentado numa árvore o dia inteiro sem fazer nada. Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta: - Posso sentar-me como tu e não fazer nada o dia inteiro? O corvo responde: - Claro, por que não? O coelho senta-se no chão, debaixo da árvore e relaxa. De repente, uma raposa aparece e come o coelho.
* Moral da História: «Para ficares sentado sem fazeres nada deves estar sentado bem no alto.»

terça-feira, fevereiro 27, 2007

God creating humans...


Tendo em conta toda a m**** q fazemos neste planeta (guerras, poluição, injustiças, desigualdades...), às vezes dá vontade de pensar q não passamos de um erro de cálculo da mão divina...
P.S. É curioso q o cartoonista representa Deus como uma mulher... :D

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Para ti...

Para ti,

que com o teu sorriso provocas o meu...
que com um só olhar me fazes corar...
que me sussurras ao ouvido palavras doces...
que me fazes sentir tua hoje, amanhã e depois e depois...
que sabes escutar-me sem te cansares...
que partilhas comigo os teus sonhos e projectos...
que me levas flores de todas as cores...
que alegras os meus dias e inundas de cor o cinzento da minha vida...

um beijo daqui até aí...
porque hoje é um dia especial... ;)

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Maktub

Dá-me a tua mão, quero ler as tuas linhas, ver os traços do teu caminho...
Será que se cruzam com o meu? Quais os vales e as montanhas que vais encontrar nessa jornada?
E eu? Será que quero saber?
Ao levantar a pontinha do véu que esconde o futuro, não estou já a modificá-lo? Como um bolo no forno, que ao abrir a porta a meio da cozedura, vai murchar e ficar sem graça...

Apesar de tudo, de querer ou não querer saber, e, mais importante do que isso, de poder ou não poder saber o futuro, acredito que tudo está escrito para nós... Maktub...
O nosso trilho está traçado, a traço muito ligeiro, mas está... Mas se quisermos mesmo, podemos ter a força de empurrar para o lado as pedras do caminho e enveredar por outra vereda... Uma que à partida parecia estar fechada para nós... E assim reinventar a vida...

terça-feira, janeiro 16, 2007

O maravilhoso mundo do cérebro


Ora aqui está o que temos cá dentro das nossas cabecinhas! Uns têm mais, outros menos, mas mais importante do que a quantidade é o uso que se faz deles! ;)
E não, eles não são verdes porque são do sporting! É mesmo só da marcação que lhes fazemos..

E são o fruto do meu trabalho... os neurónios!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

É bom!

Bolo de chocolate com banana!!!

Apetites

Hoje apetece-me escrever... não sei bem o quê, nem a razão para tal mas hoje apetece-me encher estas linhas com palavras, deixá-las fluir de dentro de mim, como um rio q só pára no mar...
(tão cliché...) ;)

Afinal de contas é pra isso que serve um blog, ou não? Esta conversa dava pano pa mangas... o q é um blog, qual a sua finalidade? a wikipedia (magnífica fonte de saber... :) diz:

«Um weblog, blog ou blogue é um página da Web cujas atualizações (chamadas posts) são organizadas cronologicamente (como um histórico ou diário). Estes posts podem ou não pertencer ao mesmo gênero de escrita, referir-se ao mesmo assunto ou ter sido escritos pela mesma pessoa. A maioria dos blogs são miscelâneas onde os blogueiros escrevem com total liberdade.»

Mas esta total liberdade começa e termina onde? cá pra mim o velho ditado é q está certo... a tua liberdade acaba onde começa a do outro... mas há muito boa gente que não consegue entender isso. O então não tem cultura que chegue pra conhecer estes ditados...

Para mim este blog em particular é, nada mais, nada menos, que o meu poço pessoal, para o bom e para o mau, que eu partilho com o círculo da confiança... Mas para muitos outros um blog é uma arma de arremesso, tão ou mais perigosa que uma pistola...

Deixo-vos com estes pensamentos, que valem o que valem porque são meus... e as cabecinhas loiras e jovens não pensam em profundidade... ;)

Há dias e dias...


Há dias e dias... Dias em que nos apetece fugir, dias em que nos apetece regressar, dias de sol e dias de chuva, dias felizes e dias tristes...

Este é um dia cinzento... daqueles cinzentos cor de burro quando foge, que nem é uma coisa nem outra, é simplesmente a cor mais entediante que existe no espectro de cores...

Um dia em que tudo a sabe a nada, em que o cheiro nas ruas é o mesmo a que cheira a água, em que o mar e vento tiraram férias...

Estes dias cinzentos fazem sentir q o tempo parou... mas a verdade é q o relógio nunca pára.

Quando menos esperas dás-te conta de um contínuo tic-tac, irritante, enervante... que te relembra q já não dá pra carregar no pause, que a vida é sempre fast-forward...


E é nesse instante q a retina dos teus olhos começa a ver uma réstea d cor em todos os cantinhos do campo de visão... um laranja na camisola do vizinho, um vermelho na bola do puto, um azul no rio q afinal sempre se mexe com o balanço da maré, um castanho avelã nos olhos d alguém especial...


E lentamente o teu coração descongela...

quinta-feira, janeiro 11, 2007

2007, o ano do desconhecido..

O primeiro post do ano de 2007 tava a custar a sair... Mas aqui está ele!
Ano novo, vida nova, já os antigos diziam, e eu espero que assim seja... Para mim é um ano com algumas mudanças importantes, daquelas qe mudam o curso da nossa vida... Isto não deixa de ser assustador mas a vida é feita de riscos que se correm, não é mesmo?

Quando se nos depara o abismo a nossos pés e temos de tomar a decisão de saltar ou contornar o obstáculo, não há tempo nem espaço para calcular a profundidade nem imaginar o fundo do poço... Há que saltar simplesmente, se essa for a decisão tomada... E depois logo se vê... Se cairmos há-de haver um abraço amigo que nos transporta para porto seguro para sarar as feridas...

O desconhecido é sempre assustador, é sempre negro como a noite... Mas podemos ter a sorte de encontrar o paraíso quando acendermos a vela que levamos escondida no bolso... Mas o qe é preciso é não ter medo de passar a fronteira do desconhecido e entrar nos seus domínios... E deixarmo-nos envolver pela sua magia...

Acho que hoje não tou a fazer muito sentido mas afinal de contas este blog também não tem muito sentido e muito menos qualquer propósito... (ao contrário de certo cyberlixo que por aí circula..., mas isso são outros quinhentos...)


"Fica tão fácil entregar a alma
a quem nos traga um sopro do deserto
o olhar onde a distância nunca acalma
esperando o que vier de peito aberto"
Mafalda Veiga